domingo, 18 de janeiro de 2015

Verdade e amor

Resolvi escrever este artigo baseado em um comentário que vi numa página do Facebook, a Doli Catoli, pois me lembrou de leve um artigo que vi na Montfort, Não há caridade sem a verdade, onde o professor Orlando Fedeli escreveu sobre amor, caridade, fé e verdade, baseando-se em encíclicas de Bento XVI (Deus caritas est, Caritas in veritate, etc).

Obviamente o comentário não tem a mesma profundidade intelectual do texto de Fedeli, porém achei um bom resumo para lançar em discursos rápidos, de modo também a estimular a buscar mais informações sobre o assunto.

Perguntei ao autor do comentário se poderia reproduzi-lo, e este garantiu a permissão, sem expor sua identidade, visto que é uma página que trata de assuntos polêmicos, de uma forma polêmica (leia-se, Doutrina Católica sem ecumenismos e sentimentalismos) e com tom humorístico.

O seguinte comentário, no qual fiz umas adaptações, foi em resposta a um rapaz que condenava a página pois ela não estava sendo "amorosa" o suficiente para ele, baseando-se no "amai o próximo como a ti mesmo"(1):

Como posso amar o próximo se não desejo que ele obtenha a salvação?

"Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados." (São Tiago 5:20)

"Ah, mas e o amor?"

Seria de boa se pegarmos dois rapazes apaixonados um pelo outro se pegando na frente do altar de uma paróquia ou na capela de um seminário? Como estariam amando um ao outro, deveríamos deixar eles continuar a fazer pois isso também? Ou talvez se um pedófilo se apaixonar por uma menina de 5 anos? Também é de boa? Ora, bastaria ele alegar que é amor. Será que ambos os casos estão de acordo com o mandamento de Cristo?

Exceto no caso de pessoas conscientemente interessadas em profanar locais sagrados, pedófilos (ou apologistas da pedofilia), ninguém iria achar tais cenários aceitáveis. Também, nenhum cristão sério não iria considerá-los pecaminosos e, portanto, passíveis de condenar almas, independente da quantidade de amor envolvida.

Ora, existem milhares de significados para esta palavra dentro do nosso idioma. Reduzi-las em uma só para designar as múltiplas formas de amar é assustadora. Portanto, não é simplesmente amar que agrada a Deus.

Também não agrada nada a Ele deixar que se ensinem coisas erradas para as pessoas se sentirem bem com elas mesmas, com seus pecados e vícios, porque queremos ver nossos amiguinhos tristinhos, ofendidos, deprês ou chateados, ao invés de levá-los ao caminho da conversão e, portanto, a salvação e a verdadeira felicidade (2).

"Não julgueis pelas aparências, mas conforme a verdade" (São João 7:24)

Ou seja, se amamos o próximo temos que ensina-lo a verdadeira fé, pois “Sem Fé é impossível agradar a Deus” (Heb, I, 6).

Jesus não ordenou a seus apóstolos "ide e amai", "ide e fazei" ou "ide e respeitai a opinião dos outros". Ele disse: "Ide e ensinai o Evangelho a toda criatura".


O meu interesse neste comentário é puramente intelectual, pois este fez uma boa relação com assuntos que me interessam e ainda usou bons argumentos embasados na Bíblia. Ou seja, não é, de forma alguma, algum incentivo a militâncias ou movimentos de quaisquer espécie ou alguma apologia ao desrespeito gratuito de pessoas de outras religiões ou as que discordem das suas ideias. Ficar importunando os outros acaba que gera antipatia, se não for pecado. E ultrajar cultos é até crime, segundo o artigo 208 do código penal brasileiro.

Notas



  1. As pessoas parecem confundir respeito com amor. Você pode amar uma pessoa sem respeitar o que ela acredita, segue ou prega. Você deve respeitar até o direito dela seguir o que ela quiser, mas respeitar uma mentira é respeitar erros. Já imaginou um policial respeitando o direito de bandidos praticarem crimes? Ou um pai respeitando as malcriações do filho?
  2. Um bom católico não pode deixar o próximo se enveredar por heresias e outras práticas expressamente condenadas em várias passagens, pela Sagradas Escrituras. Uma heresia destrói a verdade, e, portanto mata a Fé (Heb, I, 6).


Nenhum comentário:

Postar um comentário